Anticonvulsivo para enxaqueca: Qual eficácia no tratamento?

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Introdução

Pesquisas recentes mostram que o uso de anticonvulsivo para enxaqueca tem se tornado uma alternativa eficaz para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, aproximadamente 65% dos pacientes com enxaqueca crônica experimentam redução significativa na frequência e intensidade das crises quando tratados com medicamentos anticonvulsivantes.

Estes medicamentos, originalmente desenvolvidos para epilepsia, atuam estabilizando as membranas neuronais e reduzindo a hiperexcitabilidade cerebral associada às crises de enxaqueca.

Anticonvulsivantes no tratamento da enxaqueca

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Os anticonvulsivantes emergiram como uma opção terapêutica eficaz para pacientes que sofrem de enxaqueca crônica ou refratária a outros tratamentos. Com isso, a utilização de anticonvulsivo para enxaqueca baseia-se na teoria de que os mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca compartilham semelhanças com os da epilepsia, envolvendo hiperexcitabilidade neuronal.

Como funcionam os anticonvulsivantes?

O mecanismo de ação do anticonvulsivo para enxaqueca está relacionado à modulação de canais iônicos e neurotransmissores no sistema nervoso central. Estes medicamentos reduzem a hiperexcitabilidade neuronal, que é considerada um dos principais fatores desencadeantes das crises.

Os anticonvulsivantes podem atuar de diversas formas:

  • Bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem, reduzindo a propagação da onda de despolarização cortical.
  • Potencialização da ação inibitória do GABA, principal neurotransmissor inibitório do SNC.
  • Modulação dos canais de cálcio, interferindo na liberação de neurotransmissores excitatórios
  • Inibição dos receptores de glutamato, diminuindo a excitotoxicidade neuronal.

Por conseguinte, estes mecanismos contribuem para a estabilização da membrana neuronal e prevenção da ativação do sistema trigeminovascular, fundamental na fisiopatologia da enxaqueca.

Principais medicamentos utilizados

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Entre os anticonvulsivantes aprovados para profilaxia da enxaqueca, destacam-se o topiramato e o divalproato de sódio, que demonstraram eficácia em estudos clínicos controlados. Assim, a utilização de anticonvulsivo para enxaqueca tornou-se uma prática comum na neurologia, especialmente em casos refratários.

Os medicamentos mais utilizados incluem:

  • Topiramato (Topamax®): Aprovado pelo FDA em 2004 para prevenção da enxaqueca. Dosagem usual de 25-200mg/dia, com titulação gradual.
  • Divalproato de sódio (Depakote®): Eficaz na dose de 500-1000mg/dia, disponível em comprimidos revestidos de liberação prolongada.
  • Gabapentina: Utilizada off-label em doses de 900-2400mg/dia, embora com evidências mais limitadas.
  • Lamotrigina: Pode ser útil especialmente em enxaqueca com aura, em doses de 50-200mg/dia.

Contudo, os efeitos adversos, como sonolência, tontura, alterações cognitivas e ganho de peso, podem limitar o uso desses medicamentos, tornando necessário um ajuste individualizado para cada paciente.

Indicações e eficácia

A escolha do anticonvulsivo para enxaqueca deve considerar o perfil do paciente, comorbidades e potenciais efeitos adversos. Estudos clínicos duplo-cegos demonstram que estes medicamentos são mais eficazes na profilaxia da enxaqueca quando comparados ao placebo.

As principais indicações incluem:

  • Enxaqueca crônica (≥15 dias de cefaleia/mês) refratária a outros tratamentos.
  • Enxaqueca episódica frequente (4-14 dias/mês) com impacto significativo na qualidade de vida.
  • Pacientes com contraindicações ou intolerância a beta-bloqueadores e antidepressivos.
  • Comorbidade com epilepsia ou transtornos do humor.

Dessa forma, a eficácia varia conforme o medicamento, mas, em geral, observa-se redução de 30-50% na frequência das crises em 50-60% dos pacientes tratados com topiramato ou divalproato.

Além disso, conforme evidenciado por meta-análises recentes, o NNT (número necessário para tratar) para obter redução de pelo menos 50% na frequência das crises varia entre 3-7, dependendo do anticonvulsivante utilizado.

Cuidados e considerações especiais

A administração de anticonvulsivos para enxaqueca requer atenção a diversos fatores que podem influenciar sua eficácia e segurança. Com isso, o monitoramento cuidadoso dos efeitos adversos e a avaliação de condições especiais são fundamentais para o sucesso terapêutico.

Efeitos adversos e contraindicações

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O uso de anticonvulsivo para enxaqueca frequentemente está associado a efeitos gastrointestinais, como diarreia e náuseas, ocorrendo em alguns pacientes.

Casos raros, porém graves, incluem reações de hipersensibilidade e pancreatite, que demandam suspensão imediata da medicação. Segundo a American Academy of Neurology, tais reações ocorrem em menos de 1% dos usuários de anticonvulsivo para enxaqueca, entretanto, representam emergências médicas potenciais.

Algumas contraindicações absolutas incluem história prévia de alergia aos componentes, síndrome de Alpers-Huttenlocher e distúrbios não diagnosticados do ciclo da ureia. Pacientes com porfiria, por sua vez, devem evitar certos anticonvulsivos devido ao risco de crises agudas.

Efeito AdversoFrequênciaManejo
Sonolência30-45%Administração noturna
Tontura25-30%Ajuste gradual de dose
Diarreia15-23%Medicação com alimentos
Confusão mental10-15%Reavaliação da dose
Pancreatite<1%Suspensão imediata

Uso do anticonvulsivo para enxaqueca em situações especiais

Na gravidez, a utilização de anticonvulsivo para enxaqueca requer avaliação criteriosa do risco-benefício, considerando que dados do registro EURAP indicam aumento de 2-3 vezes no risco de malformações congênitas com alguns destes medicamentos. Mulheres em idade fértil devem, portanto, utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento.

Para pacientes com comorbidades psiquiátricas, como depressão, ansiedade ou transtorno afetivo bipolar, certos anticonvulsivos podem oferecer benefício duplo. Contudo, interações medicamentosas significativas podem ocorrer, especialmente com nortriptilina e outros antidepressivos.

A dose recomendada para uso oral varia conforme o medicamento específico e a resposta individual. Consequentemente, o ajuste deve ser gradual e personalizado. Pacientes com excesso de peso devem ser monitorados, pois alguns anticonvulsivos para enxaqueca podem promover perda ou ganho de peso, impactando a saúde metabólica e a adesão ao tratamento.

Quando procurar um médico da dor?

É fundamental buscar ajuda especializada quando a enxaqueca não responde aos tratamentos convencionais. Pacientes que experimentam episódios frequentes de enxaqueca, ocorrendo mais de quatro vezes por mês, devem considerar a consulta com um médico da dor para avaliar opções como um anticonvulsivo para enxaqueca.

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Conclusão: Anticonvulsivo para enxaqueca

O anticonvulsivo para enxaqueca demonstra eficácia significativa na redução da frequência e intensidade das crises. Estudos clínicos recentes indicam que aproximadamente 65% dos pacientes tratados com anticonvulsivos apresentam redução de pelo menos 50% na frequência mensal de enxaquecas.

É fundamental considerar o perfil de efeitos adversos na escolha do tratamento. Com isso, especialistas da Academia Brasileira de Neurologia recomendam iniciar com doses baixas e aumentar gradualmente para minimizar os efeitos colaterais.

O acompanhamento regular é essencial para ajustar dosagens e avaliar respostas ao tratamento. Assim, a literatura médica indica que as primeiras 8 semanas são críticas para determinar a eficácia do anticonvulsivo escolhido.

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